As profissões da minha mãe
Minha mãe foi, com certeza, a mulher que mais profissões exerceu em toda sua longa vida, sem ter sequer concluído o curso fundamental.
Tudo que ela aprendeu foi nas primeiras quatro séries que cursou, quando criança. Contudo, era de uma sabedoria sem par.
Descobri que minha mãe era uma decoradora de grandes qualidades, à medida que eu crescia e observava que ela sempre tinha um local no melhor móvel da casa, para as pequenas coisas que fazíamos na escola, meu irmão e eu.
Em nossa casa, nunca faltou espaço para colocar os quadrinhos, os desenhos, os nossos ensaios de escultura em barro tosco.
Tudo, tudo ganhava um espaço privilegiado. E tudo ficava lindo, no lugar que ela colocava.
Descobri que minha mãe era uma diplomata, formada na melhor escola do mundo (nosso lar), todas as vezes que ela resolvia os pequenos conflitos entre meu irmão e eu.
Fosse a disputa pela bicicleta, pela bola, pelo último bocado de torta, de forma elegantemente diplomática ela conseguia resolver. E a solução, embora pudesse não agradar os dois, era sempre a mais viável, correta, honesta e ponderada.
Descobri que minha mãe era uma escritora de raro dom, quando eu precisava colocar no papel as idéias desencontradas de minha cabecinha infantil.
Ela me fazia dizer em voz alta as minhas idéias e depois ia me auxiliando a juntar as sílabas, compor as palavras, as frases, para que a redação saísse a contento.
Descobri que minha mãe era enfermeira, com menção honrosa, toda vez que meu irmão e eu nos machucávamos.
Ela lavava os joelhos ralados, as feridas abertas no roçar do arame farpado, no cair do muro, no estatelar-se no asfalto.
Depois, passava o produto antisséptico e sabia exatamente quando devia usar somente um pequeno band-aid, o curativo ou a faixa de gaze, o esparadrapo.
Descobri que minha mãe cursara a mais famosa Faculdade de Psicologia, quando ela conseguia, apenas com um olhar, descobrir a arte que tínhamos acabado de aprontar, o vaso que tínhamos quebrado.
E, depois, na adolescência, o namoro desatado, a frustração de um passeio que não deu certo, um desentendimento na escola.
Era uma analista perfeita. Sabia sentar-se e ouvir, ouvir e ouvir. Depois, buscava nos conduzir para um estado de espírito melhor, propondo algo que nos recompusesse o íntimo e refizesse o ânimo.
Era também pós-graduada em Teologia. Sua ciência a respeito de Deus transcendia o conteúdo de alguns livros existentes no mundo.
O seu era o ensino que nos mostrava a gota a cair da folha verde na manhã orvalhada e reconhecer no cristal puro, a presença de Deus.
Que nos apontava a fúria do temporal e dizia: Deus vela. Não se preocupem.
Que nos alertava a não arrancar as flores das campinas porque estávamos pisando no jardim de Deus. Um jardim que Ele nos cedera para nosso lazer, e que devíamos preservar.
Ah, sim. Ela era uma ecologista nata. E plantava flores e vegetais com o mesmo amor. Quando colhia as verduras para as nossas refeições, dizia: Não vamos recolher tudo. Deixemos um pouco para os passarinhos. Eles alegram o nosso dia e merecem o seu salário.
Também deixava uns morangos vermelhinhos bem à mostra no canteiro exuberante, para que eles pudessem saboreá-los.
Era sua forma de manifestar sua gratidão a Deus pelos Seus cuidados: alimentando as Suas criaturinhas.
Minha mãe, além de tudo, foi motorista particular. Não se cansava de ir e vir, várias vezes, de casa para a escola, para a biblioteca, para o dentista, para o médico, para o teatro e de volta para casa.
Também foi exímia cozinheira, arrumadeira, passadeira, babá. E tudo isto em tempo integral.
Como ela conseguia, eu não sei. Somente sei que agora ela está na Espiritualidade. E Deus, como recompensa, por tantas profissões desempenhadas na Terra, lhe deu uma missão muito, muito especial: a de anjo guardião dos filhos que ficaram na bendita escola terrena.
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Redação do Momento Espírita. Disponível no CD Momento Espírita, v. 12, ed. Fep. Em 08.05.2009.
...Desde o exato momento da fecundação
Primeira Semana (07 dias)
Fecundado o óvulo, já nasce para a vida, um homem novo. Único, é irrepetível.
Segunda Semana (14 dias)
Este novo ser já tem todas as características próprias da sua personalidade, só faltando desenvolvê-las. Uma vida começa a receber alimento da mãe.
Entre 3ª e 4ª Semana (14 a 28 dias)
Começam a ter forma: os olhos, a coluna vertebral, o cérebro, os pulmões, o estômago, o fígado e os rins. O coração começa a funcionar.
Quarta Semana (28 dias)
Estão se formando: a cabeça, os braços e as pernas. A coluna vertebral está completa. O coração já está trabalhando!
Quinta Semana (35 dias)
O tórax vai se separando do abdômen. Os olhos já têm retina e cristalino. Os ouvidos começam a formar-se. Aparecem os dedos das mãos e dos pés.
Entre a 6ª e a 8ª Semana (42 a 56 dias)
Todos os órgãos estão completos. A cabeça está desenvolvida e formados o rosto, a boca e a língua. O cérebro está completo. O bebê pode sentir cócegas!
Oitava Semana (56 dias)
Os dedos dos pés e das mãos já estão completos e têm as impressões digitais... as mesmas que figurarão em seus documentos! Os impulsos do cérebro são registrados. Agora, pode agarrar com a mão.
Entre a 11ª e a 12ª Semana (77 a 84 dias)
Todos os sistemas funcionam. Músculos e nervos se sincronizam. Os braços e as pernas se movem. Começam a aparecer as unhas. Já pesa 29 gramas. Tem, somente, três meses e, já, está formado. Sente a dor. Tem apego à vida... Só, lhe falta crescer!
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(Do livro “Deixem-me Viver)
MENSAGEM DO ESE:
Salvação dos ricos
Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará a um e amará a outro, ou se prenderá a um e desprezará o outro. Não podeis servir simultaneamente a Deus e a Mamon. (S. LUCAS, cap. XVI, v. 13.)
Então, aproximou-se dele um mancebo e disse: Bom mestre, que bem devo fazer para adquirir a vida eterna? — Respondeu Jesus: Por que me chamas bom? Bom, só Deus o é. Se queres entrar na vida, guarda os mandamentos. — Que mandamentos? retrucou o mancebo. Disse Jesus: Não matarás; não cometerás adultério; não furtarás; não darás testemunho falso. — Honra a teu pai e a tua mãe e ama a teu próximo como a ti mesmo.
O moço lhe replicou: Tenho guardado todos esses mandamentos desde que cheguei à mocidade. Que é o que ainda me falta? — Disse Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me.
Ouvindo essas palavras, o moço se foi todo tristonho, porque possuía grandes haveres. — Jesus disse então a seus discípulos: Digo-vos em verdade que bem difícil é que um rico entre no reino dos céus. — Ainda uma vez vos digo: É mais fácil que um camelo passe pelo buraco de uma agulha, do que entrar um rico no reino dos céus. (S. MATEUS, cap. XIX, vv. 16 a 24. — S. LUCAS, cap. XVIII, vv. 18 a 25. — S. MARCOS, cap. X, vv. 17 a 25.)
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVI, itens 1 e 2.)
Um dia, a Mulher solitária e atormentada chegou ao Céu e, rogando-se, em lágrimas, diante do Eterno Pai, suplicou:
- Senhor, estou só! Compadece-te de mim.
Meu companheiro fatigado, cada dia, pede-me repouso e devo velar-lhe o sono!
Quando triunfa no trabalho, absorve-se na atividade mais intensa e, muita vez distraído,
afasta-se do Lar, onde volta somente quando exausto, a fim de refazer-se.
Tu, que deste flores ao arvoredo e que abriste as carícias da fonte, no seio escuro e ressequido do solo, consagras-me, assim, ao isolamento?
O Senhor sorriu, complacente, em seu trono de estrelas fulgurantes e, afagando-lhe a cabeça curvada e trêmula, falou compadecido:
-" Dei o Mundo ao homem, mas confiarei a Vida ao teu coração".
Em seguida colocou-lhe nos braços uma frágil criança.
Desde então, a Mulher fez-se Mãe e passou a viver plenamente feliz.
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CONFISSÃO MATERNA
Sou trazida a narrar-vos triste episódio de minha derradeira experiência no mundo.
Onde, porém, as palavras que me possam exprimir a desolação?
Ainda assim, amigos espirituais asseveram que devo falar às mães, e obedeço...
A Providência Divina honrou-me o coração, concedendo-me um Lar na Terra, mas, dentro
dele, era eu a irritação em movimento.
Nunca cheguei a examinar minha cegueira de espírito. Em minha inquietação e egoísmo,
dedicava-me a descobrir as faltas alheias. Respirando, entre a maledicência e a desconfiança, notava golpes nos mínimos gestos de amizade espontânea.
O próprio tempo não escapava. Toda temperatura, no curso de cada dia, me encontrava
despejando condenação:
– A chuva ensopa...
– O calor asfixia...
– Vento de peste...
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MÃE (DESNECESSÁRIA)
A boa mãe é aquela que vai se tornando desnecessária com o passar do tempo.
Várias vezes ouvi de um amigo psicanalista essa frase, e ela sempre me soou estranha.
Chegou a hora de reprimir de vez o impulso natural materno de querer colocar a cria embaixo da asa, protegida de todos os erros, tristezas e perigos.
Uma batalha hercúlea, confesso.
Quando começo a esmorecer na luta para controlar a super-mãe que todas temos dentro de nós, lembro logo da frase, hoje absolutamente clara.
Se eu fiz o meu trabalho direito, tenho que me tornar desnecessária.
Antes que alguma mãe apressada me acuse de desamor, explico o que significa isso.
Ser “desnecessária” é não deixar que o amor incondicional de mãe, que sempre existirá, provoque vício e dependência nos filhos, como uma droga, a ponto de eles não conseguirem ser autônomos, confiantes e independentes.
Prontos para traçar seu rumo, fazer suas escolhas, superar suas frustrações e cometer os próprios erros também.
A cada fase da vida, vamos cortando e refazendo o cordão umbilical.
A cada nova fase, uma nova perda é um novo ganho, para os dois lados, mãe e filho.
Porque o Amor é um processo de libertação permanente e esse vínculo não para de se transformar ao longo da vida.
Até o dia em que os filhos se tornam adultos, constituem a própria família e recomeçam o ciclo.
O que eles precisam é ter certeza de que estamos lá, firmes, na concordância ou na divergência, no sucesso ou no fracasso, com o peito aberto para o aconchego, o abraço apertado, o conforto nas horas difíceis.
Pai e mãe - solidários - criam filhos para serem livres.
Esse é o maior desafio e a principal missão.
Ao aprendermos a ser “desnecessários”, nos transformamos em porto seguro para quando eles
decidirem atracar.
"Dê a quem você Ama :
- Asas para voar...
- Raízes para voltar...
- Motivos para ficar... "
- Dalai Lama
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Marcia Neder
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Retrato de Mãe
Uma simples mulher existe que, pela imensidão de seu amor, tem um pouco de Deus;
e pela constância de sua dedicação, tem muito de anjo;
que, sendo moça pensa como uma anciã e,
sendo velha , age com as forças todas da juventude;
quando ignorante, melhor que qualquer sábio desvenda os segredos da vida e,
quando sábia, assume a simplicidade das crianças;
pobre, sabe enriquecer-se com a felicidade dos que ama, e,
rica, empobrecer-se para que seu coração não sangre ferido pelos ingratos;
forte, entretanto estremece ao choro de uma criancinha, e,
fraca, entretanto se alteia com a bravura dos leões;
viva, não lhe sabemos dar valor porque à sua sombra todas as dores se apagam, e,
morta tudo o que somos e tudo o que temos daríamos para vê-la de novo, e dela receber um aperto de seus braços, uma palavra de seus lábios.
Não exijam de mim que diga o nome desta mulher se não quiserem que ensope de lágrimas este álbum: porque eu a vi passar no meu caminho.
Quando crescerem seus filhos, leiam para eles esta página:
eles lhes cobrirão de beijos a fronte;
e dirão que um pobre viandante, em troca da suntuosa hospedagem recebida, aqui deixou para todos o retrato de sua própria Mãe.
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(Tradução de Guilherme de Almeida)
Autor: Don Ramon Angel Jara - Bispo de La Serena -Chile
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ORAÇÃO DAS MÃES
Minha mãe foi, com certeza, a mulher que mais profissões exerceu em toda sua longa vida, sem ter sequer concluído o curso fundamental.
Tudo que ela aprendeu foi nas primeiras quatro séries que cursou, quando criança. Contudo, era de uma sabedoria sem par.
Descobri que minha mãe era uma decoradora de grandes qualidades, à medida que eu crescia e observava que ela sempre tinha um local no melhor móvel da casa, para as pequenas coisas que fazíamos na escola, meu irmão e eu.
Em nossa casa, nunca faltou espaço para colocar os quadrinhos, os desenhos, os nossos ensaios de escultura em barro tosco.
Tudo, tudo ganhava um espaço privilegiado. E tudo ficava lindo, no lugar que ela colocava.
Descobri que minha mãe era uma diplomata, formada na melhor escola do mundo (nosso lar), todas as vezes que ela resolvia os pequenos conflitos entre meu irmão e eu.
Fosse a disputa pela bicicleta, pela bola, pelo último bocado de torta, de forma elegantemente diplomática ela conseguia resolver. E a solução, embora pudesse não agradar os dois, era sempre a mais viável, correta, honesta e ponderada.
Descobri que minha mãe era uma escritora de raro dom, quando eu precisava colocar no papel as idéias desencontradas de minha cabecinha infantil.
Ela me fazia dizer em voz alta as minhas idéias e depois ia me auxiliando a juntar as sílabas, compor as palavras, as frases, para que a redação saísse a contento.
Descobri que minha mãe era enfermeira, com menção honrosa, toda vez que meu irmão e eu nos machucávamos.
Ela lavava os joelhos ralados, as feridas abertas no roçar do arame farpado, no cair do muro, no estatelar-se no asfalto.
Depois, passava o produto antisséptico e sabia exatamente quando devia usar somente um pequeno band-aid, o curativo ou a faixa de gaze, o esparadrapo.
Descobri que minha mãe cursara a mais famosa Faculdade de Psicologia, quando ela conseguia, apenas com um olhar, descobrir a arte que tínhamos acabado de aprontar, o vaso que tínhamos quebrado.
E, depois, na adolescência, o namoro desatado, a frustração de um passeio que não deu certo, um desentendimento na escola.
Era uma analista perfeita. Sabia sentar-se e ouvir, ouvir e ouvir. Depois, buscava nos conduzir para um estado de espírito melhor, propondo algo que nos recompusesse o íntimo e refizesse o ânimo.
Era também pós-graduada em Teologia. Sua ciência a respeito de Deus transcendia o conteúdo de alguns livros existentes no mundo.
O seu era o ensino que nos mostrava a gota a cair da folha verde na manhã orvalhada e reconhecer no cristal puro, a presença de Deus.
Que nos apontava a fúria do temporal e dizia: Deus vela. Não se preocupem.
Que nos alertava a não arrancar as flores das campinas porque estávamos pisando no jardim de Deus. Um jardim que Ele nos cedera para nosso lazer, e que devíamos preservar.
Ah, sim. Ela era uma ecologista nata. E plantava flores e vegetais com o mesmo amor. Quando colhia as verduras para as nossas refeições, dizia: Não vamos recolher tudo. Deixemos um pouco para os passarinhos. Eles alegram o nosso dia e merecem o seu salário.
Também deixava uns morangos vermelhinhos bem à mostra no canteiro exuberante, para que eles pudessem saboreá-los.
Era sua forma de manifestar sua gratidão a Deus pelos Seus cuidados: alimentando as Suas criaturinhas.
Minha mãe, além de tudo, foi motorista particular. Não se cansava de ir e vir, várias vezes, de casa para a escola, para a biblioteca, para o dentista, para o médico, para o teatro e de volta para casa.
Também foi exímia cozinheira, arrumadeira, passadeira, babá. E tudo isto em tempo integral.
Como ela conseguia, eu não sei. Somente sei que agora ela está na Espiritualidade. E Deus, como recompensa, por tantas profissões desempenhadas na Terra, lhe deu uma missão muito, muito especial: a de anjo guardião dos filhos que ficaram na bendita escola terrena.
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Redação do Momento Espírita. Disponível no CD Momento Espírita, v. 12, ed. Fep. Em 08.05.2009.
...Desde o exato momento da fecundação
Primeira Semana (07 dias)
Fecundado o óvulo, já nasce para a vida, um homem novo. Único, é irrepetível.
Segunda Semana (14 dias)
Este novo ser já tem todas as características próprias da sua personalidade, só faltando desenvolvê-las. Uma vida começa a receber alimento da mãe.
Entre 3ª e 4ª Semana (14 a 28 dias)
Começam a ter forma: os olhos, a coluna vertebral, o cérebro, os pulmões, o estômago, o fígado e os rins. O coração começa a funcionar.
Quarta Semana (28 dias)
Estão se formando: a cabeça, os braços e as pernas. A coluna vertebral está completa. O coração já está trabalhando!
Quinta Semana (35 dias)
O tórax vai se separando do abdômen. Os olhos já têm retina e cristalino. Os ouvidos começam a formar-se. Aparecem os dedos das mãos e dos pés.
Entre a 6ª e a 8ª Semana (42 a 56 dias)
Todos os órgãos estão completos. A cabeça está desenvolvida e formados o rosto, a boca e a língua. O cérebro está completo. O bebê pode sentir cócegas!
Oitava Semana (56 dias)
Os dedos dos pés e das mãos já estão completos e têm as impressões digitais... as mesmas que figurarão em seus documentos! Os impulsos do cérebro são registrados. Agora, pode agarrar com a mão.
Entre a 11ª e a 12ª Semana (77 a 84 dias)
Todos os sistemas funcionam. Músculos e nervos se sincronizam. Os braços e as pernas se movem. Começam a aparecer as unhas. Já pesa 29 gramas. Tem, somente, três meses e, já, está formado. Sente a dor. Tem apego à vida... Só, lhe falta crescer!
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MENSAGEM DO ESE:
O mandamento maior. Fazermos aos outros o que queiramos que os outros nos façam. Parábola dos credores e dos devedores
Os fariseus, tendo sabido que ele tapara a boca dos saduceus, reuniram-se; e um deles, que era doutor da lei, para o tentar, propôs-lhe esta questão: — “Mestre, qual o mandamento maior da lei?” — Jesus respondeu: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu espírito; este o maior e o primeiro mandamento. E aqui tendes o segundo, semelhante a esse: Amarás o teu próximo, como a ti mesmo. — Toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos.” (S. MATEUS, cap. XXII, vv. 34 a 40.)
Fazei aos homens tudo o que queirais que eles vos façam, pois é nisto que consistem a lei e os profetas. (Idem, cap. VII, v. 12.)
Tratai todos os homens como quereríeis que eles vos tratassem. (S. LUCAS, cap. VI, v. 31.)
O reino dos céus é comparável a um rei que quis tomar contas aos seus servidores. — Tendo começado a fazê-lo, apresentaram-lhe um que lhe devia dez mil talentos. — Mas, como não tinha meios de os pagar, mandou seu senhor que o vendessem a ele, sua mulher, seus filhos e tudo o que lhe pertencesse, para pagamento da dívida. — O servidor, lançando-se-lhe aos pés, o conjurava, dizendo: “Senhor, tem um pouco de paciência e eu te pagarei tudo.” — Então, o senhor, tocado de compaixão, deixou-o ir e lhe perdoou a dívida. — Esse servidor, porém, ao sair, encontrando um de seus companheiros, que lhe devia cem dinheiros, o segurou pela goela e, quase a estrangulá-lo, dizia: “Paga o que me deves.” — O companheiro, lançando-se aos pés, o conjurava, dizendo: “Tem um pouco de paciência e eu te pagarei tudo.” — Mas o outro não quis escutá-lo; foi-se e o mandou prender, par tê-lo preso até pagar o que lhe devia.
Os outros servidores, seus companheiros, vendo o que se passava, foram, extremamente aflitos, e informaram o senhor de tudo o que acontecera. — Então, o senhor, tendo mandado vir à sua presença aquele servidor, lhe disse: “Mau servo, eu te havia perdoado tudo o que me devias, porque mo pediste. — Não estavas desde então no dever de também ter piedade do teu companheiro, como eu tivera de ti?” E o senhor, tomado de cólera, o entregou aos verdugos, para que o tivessem, até que ele pagasse tudo o que devia.
É assim que meu Pai, que está no céu, vos tratará, se não perdoardes, do fundo do coração, as faltas que vossos irmãos houverem cometido contra cada um de vós. (S. MATEUS, cap. XVIII, vv. 23 a 35.)
“Amar o próximo como a si mesmo: fazer pelos outros o que quereríamos que os outros fizessem por nós”, é a expressão mais completa da caridade, porque resume todos os deveres do homem para com o próximo. Não podemos encontrar guia mais seguro, a tal respeito, que tomar para padrão, do que devemos fazer aos outros, aquilo que para nós desejamos. Com que direito exigiríamos dos nossos semelhantes melhor proceder, mais indulgência, mais benevolência e devotamento para conosco, do que os temos para com eles? A prática dessas máximas tende à destruição do egoísmo. Quando as adotarem para regra de conduta e para base de suas instituições, os homens compreenderão a verdadeira fraternidade e farão que entre eles reinem a paz e a justiça. Não mais haverá ódios, nem dissensões, mas, tão-somente, união, concórdia e benevolência mútua.
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XI, itens 1 a 4.)
MENSAGEM DO ESE:
Salvação dos ricos
Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará a um e amará a outro, ou se prenderá a um e desprezará o outro. Não podeis servir simultaneamente a Deus e a Mamon. (S. LUCAS, cap. XVI, v. 13.)
Então, aproximou-se dele um mancebo e disse: Bom mestre, que bem devo fazer para adquirir a vida eterna? — Respondeu Jesus: Por que me chamas bom? Bom, só Deus o é. Se queres entrar na vida, guarda os mandamentos. — Que mandamentos? retrucou o mancebo. Disse Jesus: Não matarás; não cometerás adultério; não furtarás; não darás testemunho falso. — Honra a teu pai e a tua mãe e ama a teu próximo como a ti mesmo.
O moço lhe replicou: Tenho guardado todos esses mandamentos desde que cheguei à mocidade. Que é o que ainda me falta? — Disse Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me.
Ouvindo essas palavras, o moço se foi todo tristonho, porque possuía grandes haveres. — Jesus disse então a seus discípulos: Digo-vos em verdade que bem difícil é que um rico entre no reino dos céus. — Ainda uma vez vos digo: É mais fácil que um camelo passe pelo buraco de uma agulha, do que entrar um rico no reino dos céus. (S. MATEUS, cap. XIX, vv. 16 a 24. — S. LUCAS, cap. XVIII, vv. 18 a 25. — S. MARCOS, cap. X, vv. 17 a 25.)
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVI, itens 1 e 2.)
TROVAS DE MÃE
Autora:
Delfine Benigna da Cunha
Autora:
Delfine Benigna da Cunha
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MÃE
Um dia, a Mulher solitária e atormentada chegou ao Céu e, rogando-se, em lágrimas, diante do Eterno Pai, suplicou:
- Senhor, estou só! Compadece-te de mim.
Meu companheiro fatigado, cada dia, pede-me repouso e devo velar-lhe o sono!
Quando triunfa no trabalho, absorve-se na atividade mais intensa e, muita vez distraído,
afasta-se do Lar, onde volta somente quando exausto, a fim de refazer-se.
Se sofre, vem a mim, abatido buscando restauração e conforto...
Tu, que deste flores ao arvoredo e que abriste as carícias da fonte, no seio escuro e ressequido do solo, consagras-me, assim, ao isolamento?
Reservaste a Terra inteira ao serviço do homem que se agita, livre e dominador, sobre montes e vales, e concedes a mim apenas o estreito recinto da casa, entre quatro paredes, para meditar e
afligir-me sem consolo?
afligir-me sem consolo?
Se sou a companhia do homem, que se vale de mim para lutar e viver, quem me acompanhará na missão a que me destinas?
O Senhor sorriu, complacente, em seu trono de estrelas fulgurantes e, afagando-lhe a cabeça curvada e trêmula, falou compadecido:
-" Dei o Mundo ao homem, mas confiarei a Vida ao teu coração".
Em seguida colocou-lhe nos braços uma frágil criança.
Desde então, a Mulher fez-se Mãe e passou a viver plenamente feliz.
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Meimei
Chico Xavier
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CONFISSÃO MATERNA
Sou trazida a narrar-vos triste episódio de minha derradeira experiência no mundo.
Onde, porém, as palavras que me possam exprimir a desolação?
Ainda assim, amigos espirituais asseveram que devo falar às mães, e obedeço...
A Providência Divina honrou-me o coração, concedendo-me um Lar na Terra, mas, dentro
dele, era eu a irritação em movimento.
Nunca cheguei a examinar minha cegueira de espírito. Em minha inquietação e egoísmo,
dedicava-me a descobrir as faltas alheias. Respirando, entre a maledicência e a desconfiança, notava golpes nos mínimos gestos de amizade espontânea.
O próprio tempo não escapava. Toda temperatura, no curso de cada dia, me encontrava
despejando condenação:
– A chuva ensopa...
– O calor asfixia...
– Vento de peste...
– Melhor que o frio nos mate a todos...
Qualquer bagatela me arrancava blasfêmias:
– Deus não me atende!...
– Não oro mais...
– Porque não morri, na hora do nascimento?
– De todas as mulheres, sou a mais infeliz...
Alimentando a ira por vício, estimava que os outros me acreditassem enferma, sem perceber que me transformava, a pouco e pouco, em fera humana, sob a jaula da pele.
Se meu esposo, leal e amigo, surgia calmo, esbravejava contra ele, acusando-o de inerte; se ponderava quanto a despesas desnecessárias, chamava-lhe, de imediato, unha-de-fome; se me estendia alguma dádiva menos cara, interpretava-lhe a gentileza por sovinice; se me ofertava uma lembrança de preço, queixava-me da mesma forma, gritando-lhe em rosto que ele nunca passara de um mané gastador...
Foi nessa disposição insensata que me ergui, excitada, no dia terrível da provação.
Ás sete da manhã, acordei meu filhinho de oito anos para as lides da escola e escutei-o a choramingar :
– Estou doente, mãezinha, hoje quero ficar com a senhora, não posso sair, tenho dor de cabeça...
Precipitada, frenética, não me contive e bradei:
– Preguiçoso! Trate de levantar-se! Doente com essa cara! Era só o que faltava... Chega o que sofro!...
– Mãezinha, deixe que eu fique! Hoje só...
– Levante-se, levante-se, menino!
Transtornada, sentei-o à força.
Ordenei-lhe que se calçasse, ao que se opor, pedindo, suplicante:
– Mamãe, não me deixe ir!... Hoje só...
Encolerizada, tornei de um dos seus sapatos, colocando-o no pé, com a violência de quem espanca, e ouvi-o clamar em altos gemidos
– Ai! ai, mãezinha!... um espinho, um espinho.
Sujeitei-o, com mais energia, ao calçado, alegando, arbitrária :
– Malandro, não me venha com mentiras! Escola ou surra!...
Nisso, porém, meu filhinho empalideceu e desmaiou... Retirei o sapato e vi que um escorpião, escondido no fundo, lhe descarregara todo o veneno...
Ó Deus de Infinita Bondade, tu que foste imensamente piedoso para confiar um anjo a uma leoa, porque não eliminaste a leoa para que o anjo conseguisse viver?!...
O que se passou, alcança o indescritível.
Apesar de toda a medicação, em breve tempo minha ternura, que a dor desentranhara ao rebentar-me a coração de pedra, apertava simplesmente um cadáver miúdo, de encontro ao peito...
As horas no relógio continuaram as mesmas; entretanto, de minha parte, não mais me reconheci.
“Ai! ai, mãezinha!... um espinho, um espinho!...”
Qualquer bagatela me arrancava blasfêmias:
– Deus não me atende!...
– Não oro mais...
– Porque não morri, na hora do nascimento?
– De todas as mulheres, sou a mais infeliz...
Alimentando a ira por vício, estimava que os outros me acreditassem enferma, sem perceber que me transformava, a pouco e pouco, em fera humana, sob a jaula da pele.
Se meu esposo, leal e amigo, surgia calmo, esbravejava contra ele, acusando-o de inerte; se ponderava quanto a despesas desnecessárias, chamava-lhe, de imediato, unha-de-fome; se me estendia alguma dádiva menos cara, interpretava-lhe a gentileza por sovinice; se me ofertava uma lembrança de preço, queixava-me da mesma forma, gritando-lhe em rosto que ele nunca passara de um mané gastador...
Foi nessa disposição insensata que me ergui, excitada, no dia terrível da provação.
Ás sete da manhã, acordei meu filhinho de oito anos para as lides da escola e escutei-o a choramingar :
– Estou doente, mãezinha, hoje quero ficar com a senhora, não posso sair, tenho dor de cabeça...
Precipitada, frenética, não me contive e bradei:
– Preguiçoso! Trate de levantar-se! Doente com essa cara! Era só o que faltava... Chega o que sofro!...
– Mãezinha, deixe que eu fique! Hoje só...
– Levante-se, levante-se, menino!
Transtornada, sentei-o à força.
Ordenei-lhe que se calçasse, ao que se opor, pedindo, suplicante:
– Mamãe, não me deixe ir!... Hoje só...
Encolerizada, tornei de um dos seus sapatos, colocando-o no pé, com a violência de quem espanca, e ouvi-o clamar em altos gemidos
– Ai! ai, mãezinha!... um espinho, um espinho.
Sujeitei-o, com mais energia, ao calçado, alegando, arbitrária :
– Malandro, não me venha com mentiras! Escola ou surra!...
Nisso, porém, meu filhinho empalideceu e desmaiou... Retirei o sapato e vi que um escorpião, escondido no fundo, lhe descarregara todo o veneno...
Ó Deus de Infinita Bondade, tu que foste imensamente piedoso para confiar um anjo a uma leoa, porque não eliminaste a leoa para que o anjo conseguisse viver?!...
O que se passou, alcança o indescritível.
Apesar de toda a medicação, em breve tempo minha ternura, que a dor desentranhara ao rebentar-me a coração de pedra, apertava simplesmente um cadáver miúdo, de encontro ao peito...
As horas no relógio continuaram as mesmas; entretanto, de minha parte, não mais me reconheci.
“Ai! ai, mãezinha!... um espinho, um espinho!...”
Aquelas palavras gemidas cresceram em minha alma. Jamais o equilíbrio, não mais a esperança. Minha cabeça encaneceu, meu pensamento destrambelhou... Chorei até que meus olhos parassem, alucinados, na noite da loucura; acusei-me, até que o manicômio me asilasse e até que o manicômio me escondesse, piedoso, o agoniado transe da morte!...
Desencarnada, encontrei a mim própria, dementada, atormentada, arrependida, padecente...
Amparada por benditos mensageiros da caridade, tenho recolhido o consolo de vários círculos consagrados à prece.
Dizem que os supostos mortos devem falar às criaturas em aprendizado na Terra, para que as criaturas da Terra lhes aproveitem o aprendizado.
Será talvez por isso que, hoje, algo reanimada para abraçar o trabalho reeducativo que me espera, estou sustentada por benfeitores, entre os vossos ouvidos, não somente para rogar-vos um pensamento de auxilio, mas também para repetir às irmãs, a quem Deus confiou as alegrias do Lar:
– Mães que pisais no mundo, compadecei-vos de vossos filhos!... Corrigi, amando! Ensinai, servindo! À frente de qualquer dificuldade, conservai a paciência e cultivai a oração!...
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Dulce
Chico Xavier
Desencarnada, encontrei a mim própria, dementada, atormentada, arrependida, padecente...
Amparada por benditos mensageiros da caridade, tenho recolhido o consolo de vários círculos consagrados à prece.
Dizem que os supostos mortos devem falar às criaturas em aprendizado na Terra, para que as criaturas da Terra lhes aproveitem o aprendizado.
Será talvez por isso que, hoje, algo reanimada para abraçar o trabalho reeducativo que me espera, estou sustentada por benfeitores, entre os vossos ouvidos, não somente para rogar-vos um pensamento de auxilio, mas também para repetir às irmãs, a quem Deus confiou as alegrias do Lar:
– Mães que pisais no mundo, compadecei-vos de vossos filhos!... Corrigi, amando! Ensinai, servindo! À frente de qualquer dificuldade, conservai a paciência e cultivai a oração!...
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Dulce
Chico Xavier
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MÃE (DESNECESSÁRIA)
A boa mãe é aquela que vai se tornando desnecessária com o passar do tempo.
Várias vezes ouvi de um amigo psicanalista essa frase, e ela sempre me soou estranha.
Chegou a hora de reprimir de vez o impulso natural materno de querer colocar a cria embaixo da asa, protegida de todos os erros, tristezas e perigos.
Uma batalha hercúlea, confesso.
Quando começo a esmorecer na luta para controlar a super-mãe que todas temos dentro de nós, lembro logo da frase, hoje absolutamente clara.
Se eu fiz o meu trabalho direito, tenho que me tornar desnecessária.
Antes que alguma mãe apressada me acuse de desamor, explico o que significa isso.
Ser “desnecessária” é não deixar que o amor incondicional de mãe, que sempre existirá, provoque vício e dependência nos filhos, como uma droga, a ponto de eles não conseguirem ser autônomos, confiantes e independentes.
Prontos para traçar seu rumo, fazer suas escolhas, superar suas frustrações e cometer os próprios erros também.
A cada fase da vida, vamos cortando e refazendo o cordão umbilical.
A cada nova fase, uma nova perda é um novo ganho, para os dois lados, mãe e filho.
Porque o Amor é um processo de libertação permanente e esse vínculo não para de se transformar ao longo da vida.
Até o dia em que os filhos se tornam adultos, constituem a própria família e recomeçam o ciclo.
O que eles precisam é ter certeza de que estamos lá, firmes, na concordância ou na divergência, no sucesso ou no fracasso, com o peito aberto para o aconchego, o abraço apertado, o conforto nas horas difíceis.
Pai e mãe - solidários - criam filhos para serem livres.
Esse é o maior desafio e a principal missão.
Ao aprendermos a ser “desnecessários”, nos transformamos em porto seguro para quando eles
decidirem atracar.
"Dê a quem você Ama :
- Asas para voar...
- Raízes para voltar...
- Motivos para ficar... "
- Dalai Lama
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Marcia Neder
PRECE A MÃE SANTÍSSIMA
Mãe Santíssima!...
Enquanto as mães do mundo são reverenciadas, deixa te recordemos a pureza incomparável e o exemplo sublime...
Soberana, que recebeste na palha singela o Redentor da Humanidade, sem te rebelares contra as mães felizes, que afagavam espíritos criminosos em palácios de ouro, ensina-nos a entesourar as bênçãos da humanidade.
Lâmpada de ternura, que apagaste o próprio brilho para que a luz do Cristo fulgurasse entre os homens, ajuda-nos a buscar na construção do bem para os outros o apoio de nossa própria felicidade.
Benfeitora, que te desvelaste, incessantemente, pelo Mensageiro da Eterna Sabedoria, sofrendo-lhe as dores e compartilhando-lhe as dificuldades, sem qualquer pretensão de furta-lo aos propósitos de Deus, auxilia-nos a extirpar do sentimento as raízes do egoísmo e da crueldade com que tantas vezes tentamos reter na inconformação e no desespero os corações que mais amamos.
Senhora, que viste na cruz da morte o Filho Divino, acompanhando-lhe a agonia com as lágrimas silenciosas de tua dor, sem qualquer sinal de reclamação contra os poderes do Céu e sem qualquer expressão de revolta contra as criaturas da terra, conduze-nos para a fé que redime e para a renúncia que eleva.
Missionária, salva-nos do erro.
Anjo, estende sobre nós a níveas asas!...
Estrela, clareia-nos a estrada com teu lume...
Mãe querida, agasalha-nos a existência em teu manto constelado de amor!...
E que todas nós, mulheres desencarnadas e encarnadas em serviço na terra, possamos repetir, diante de Deus, cada dia, a tua oração de suprema felicidade:
“- Senhor, eis aqui tua serva, cumpra-se em mim segundo a tua palavra”.
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Anália Franco
Chico Xavier
Livro: Vozes do Grande Além
Retrato de Mãe
Uma simples mulher existe que, pela imensidão de seu amor, tem um pouco de Deus;
e pela constância de sua dedicação, tem muito de anjo;
que, sendo moça pensa como uma anciã e,
sendo velha , age com as forças todas da juventude;
quando ignorante, melhor que qualquer sábio desvenda os segredos da vida e,
quando sábia, assume a simplicidade das crianças;
pobre, sabe enriquecer-se com a felicidade dos que ama, e,
rica, empobrecer-se para que seu coração não sangre ferido pelos ingratos;
forte, entretanto estremece ao choro de uma criancinha, e,
fraca, entretanto se alteia com a bravura dos leões;
viva, não lhe sabemos dar valor porque à sua sombra todas as dores se apagam, e,
morta tudo o que somos e tudo o que temos daríamos para vê-la de novo, e dela receber um aperto de seus braços, uma palavra de seus lábios.
Não exijam de mim que diga o nome desta mulher se não quiserem que ensope de lágrimas este álbum: porque eu a vi passar no meu caminho.
Quando crescerem seus filhos, leiam para eles esta página:
eles lhes cobrirão de beijos a fronte;
e dirão que um pobre viandante, em troca da suntuosa hospedagem recebida, aqui deixou para todos o retrato de sua própria Mãe.
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(Tradução de Guilherme de Almeida)
Autor: Don Ramon Angel Jara - Bispo de La Serena -Chile
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ORAÇÃO DAS MÃES
Senhor!
Abriste-me o próprio seio e confiaste-me os filhos do Teu amor.
Não me deixes sozinha na estrada a percorrer.
Nas horas de alegria, dá-me temperança.
Nos dias de sofrimento, se minha força.
Ajuda-me a governar o coração para que meu sentimento não mutile as asas dos anjos tenros que me deste e adoça-me o raciocínio para que a minha devoção afetiva não converta em severidade arrasadora.
Defende-me contra o egoísmo para que a minha ternura não transforme em prisão daqueles que asilaste em meus braços.
Ensina-me a corrigir amando, para que eu não possa trair o mandato de abnegação que depuseste em meu espírito.
Nos minutos difíceis, inclina-me à renúncia com que devo iluminar o trilho daqueles que me cercam.
Senhor auxilia-me a tudo dar sem nada receber.
Mostra-me os horizontes eternos de Tua Graça, para que os desejos da carne não me encarcerem nas sombras.
Pai, sou também Tua filha!
Guia-me nos caminhos escuros, a fim de que saiba conduzir ao infinito Bem os promissores rebentos de Tua Glória.
Senhor, não me desampares!
Quando a Tua Sabedoria exigir o depósito de bênçãos com que me adornaste a estrada por empréstimo sublime, dá-me o necessário desapego para que eu Te restitua as joias vivas do meu coração, com serenidade e alegria, e quando a vida me impuser em Teu nome, o desprendimento e a solidão, reaquece minh'alma ao calor do Teu Caminho Celeste para que eu venere a Tua vontade para sempre.
Assim seja.
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Minha mãe foi, com certeza, a mulher que mais profissões exerceu em toda sua longa vida, sem ter sequer concluído o curso fundamental.
Tudo que ela aprendeu foi nas primeiras quatro séries que cursou, quando criança. Contudo, era de uma sabedoria sem par.
Descobri que minha mãe era uma decoradora de grandes qualidades, à medida que eu crescia e observava que ela sempre tinha um local no melhor móvel da casa, para as pequenas coisas que fazíamos na escola, meu irmão e eu.
Em nossa casa, nunca faltou espaço para colocar os quadrinhos, os desenhos, os nossos ensaios de escultura em barro tosco.
Tudo, tudo ganhava um espaço privilegiado. E tudo ficava lindo, no lugar que ela colocava.
Descobri que minha mãe era uma diplomata, formada na melhor escola do mundo (nosso lar), todas as vezes que ela resolvia os pequenos conflitos entre meu irmão e eu.
Fosse a disputa pela bicicleta, pela bola, pelo último bocado de torta, de forma elegantemente diplomática ela conseguia resolver. E a solução, embora pudesse não agradar os dois, era sempre a mais viável, correta, honesta e ponderada.
Descobri que minha mãe era uma escritora de raro dom, quando eu precisava colocar no papel as idéias desencontradas de minha cabecinha infantil.
Ela me fazia dizer em voz alta as minhas idéias e depois ia me auxiliando a juntar as sílabas, compor as palavras, as frases, para que a redação saísse a contento.
Descobri que minha mãe era enfermeira, com menção honrosa, toda vez que meu irmão e eu nos machucávamos.
Ela lavava os joelhos ralados, as feridas abertas no roçar do arame farpado, no cair do muro, no estatelar-se no asfalto.
Depois, passava o produto antisséptico e sabia exatamente quando devia usar somente um pequeno band-aid, o curativo ou a faixa de gaze, o esparadrapo.
Descobri que minha mãe cursara a mais famosa Faculdade de Psicologia, quando ela conseguia, apenas com um olhar, descobrir a arte que tínhamos acabado de aprontar, o vaso que tínhamos quebrado.
E, depois, na adolescência, o namoro desatado, a frustração de um passeio que não deu certo, um desentendimento na escola.
Era uma analista perfeita. Sabia sentar-se e ouvir, ouvir e ouvir. Depois, buscava nos conduzir para um estado de espírito melhor, propondo algo que nos recompusesse o íntimo e refizesse o ânimo.
Era também pós-graduada em Teologia. Sua ciência a respeito de Deus transcendia o conteúdo de alguns livros existentes no mundo.
O seu era o ensino que nos mostrava a gota a cair da folha verde na manhã orvalhada e reconhecer no cristal puro, a presença de Deus.
Que nos apontava a fúria do temporal e dizia: Deus vela. Não se preocupem.
Que nos alertava a não arrancar as flores das campinas porque estávamos pisando no jardim de Deus. Um jardim que Ele nos cedera para nosso lazer, e que devíamos preservar.
Ah, sim. Ela era uma ecologista nata. E plantava flores e vegetais com o mesmo amor. Quando colhia as verduras para as nossas refeições, dizia: Não vamos recolher tudo. Deixemos um pouco para os passarinhos. Eles alegram o nosso dia e merecem o seu salário.
Também deixava uns morangos vermelhinhos bem à mostra no canteiro exuberante, para que eles pudessem saboreá-los.
Era sua forma de manifestar sua gratidão a Deus pelos Seus cuidados: alimentando as Suas criaturinhas.
Minha mãe, além de tudo, foi motorista particular. Não se cansava de ir e vir, várias vezes, de casa para a escola, para a biblioteca, para o dentista, para o médico, para o teatro e de volta para casa.
Também foi exímia cozinheira, arrumadeira, passadeira, babá. E tudo isto em tempo integral.
Como ela conseguia, eu não sei. Somente sei que agora ela está na Espiritualidade. E Deus, como recompensa, por tantas profissões desempenhadas na Terra, lhe deu uma missão muito, muito especial: a de anjo guardião dos filhos que ficaram na bendita escola terrena.
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Redação do Momento Espírita. Disponível no CD Momento Espírita, v. 12, ed. Fep. Em 08.05.2009.
...Desde o exato momento da fecundação
Primeira Semana (07 dias)
Fecundado o óvulo, já nasce para a vida, um homem novo. Único, é irrepetível.
Segunda Semana (14 dias)
Este novo ser já tem todas as características próprias da sua personalidade, só faltando desenvolvê-las. Uma vida começa a receber alimento da mãe.
Entre 3ª e 4ª Semana (14 a 28 dias)
Começam a ter forma: os olhos, a coluna vertebral, o cérebro, os pulmões, o estômago, o fígado e os rins. O coração começa a funcionar.
Quarta Semana (28 dias)
Estão se formando: a cabeça, os braços e as pernas. A coluna vertebral está completa. O coração já está trabalhando!
Quinta Semana (35 dias)
O tórax vai se separando do abdômen. Os olhos já têm retina e cristalino. Os ouvidos começam a formar-se. Aparecem os dedos das mãos e dos pés.
Entre a 6ª e a 8ª Semana (42 a 56 dias)
Todos os órgãos estão completos. A cabeça está desenvolvida e formados o rosto, a boca e a língua. O cérebro está completo. O bebê pode sentir cócegas!
Oitava Semana (56 dias)
Os dedos dos pés e das mãos já estão completos e têm as impressões digitais... as mesmas que figurarão em seus documentos! Os impulsos do cérebro são registrados. Agora, pode agarrar com a mão.
Entre a 11ª e a 12ª Semana (77 a 84 dias)
Todos os sistemas funcionam. Músculos e nervos se sincronizam. Os braços e as pernas se movem. Começam a aparecer as unhas. Já pesa 29 gramas. Tem, somente, três meses e, já, está formado. Sente a dor. Tem apego à vida... Só, lhe falta crescer!
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(Do livro “Deixem-me Viver)
O mandamento maior. Fazermos aos outros o que queiramos que os outros nos façam. Parábola dos credores e dos devedores
Os fariseus, tendo sabido que ele tapara a boca dos saduceus, reuniram-se; e um deles, que era doutor da lei, para o tentar, propôs-lhe esta questão: — “Mestre, qual o mandamento maior da lei?” — Jesus respondeu: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu espírito; este o maior e o primeiro mandamento. E aqui tendes o segundo, semelhante a esse: Amarás o teu próximo, como a ti mesmo. — Toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos.” (S. MATEUS, cap. XXII, vv. 34 a 40.)
Fazei aos homens tudo o que queirais que eles vos façam, pois é nisto que consistem a lei e os profetas. (Idem, cap. VII, v. 12.)
Tratai todos os homens como quereríeis que eles vos tratassem. (S. LUCAS, cap. VI, v. 31.)
O reino dos céus é comparável a um rei que quis tomar contas aos seus servidores. — Tendo começado a fazê-lo, apresentaram-lhe um que lhe devia dez mil talentos. — Mas, como não tinha meios de os pagar, mandou seu senhor que o vendessem a ele, sua mulher, seus filhos e tudo o que lhe pertencesse, para pagamento da dívida. — O servidor, lançando-se-lhe aos pés, o conjurava, dizendo: “Senhor, tem um pouco de paciência e eu te pagarei tudo.” — Então, o senhor, tocado de compaixão, deixou-o ir e lhe perdoou a dívida. — Esse servidor, porém, ao sair, encontrando um de seus companheiros, que lhe devia cem dinheiros, o segurou pela goela e, quase a estrangulá-lo, dizia: “Paga o que me deves.” — O companheiro, lançando-se aos pés, o conjurava, dizendo: “Tem um pouco de paciência e eu te pagarei tudo.” — Mas o outro não quis escutá-lo; foi-se e o mandou prender, par tê-lo preso até pagar o que lhe devia.
Os outros servidores, seus companheiros, vendo o que se passava, foram, extremamente aflitos, e informaram o senhor de tudo o que acontecera. — Então, o senhor, tendo mandado vir à sua presença aquele servidor, lhe disse: “Mau servo, eu te havia perdoado tudo o que me devias, porque mo pediste. — Não estavas desde então no dever de também ter piedade do teu companheiro, como eu tivera de ti?” E o senhor, tomado de cólera, o entregou aos verdugos, para que o tivessem, até que ele pagasse tudo o que devia.
É assim que meu Pai, que está no céu, vos tratará, se não perdoardes, do fundo do coração, as faltas que vossos irmãos houverem cometido contra cada um de vós. (S. MATEUS, cap. XVIII, vv. 23 a 35.)
“Amar o próximo como a si mesmo: fazer pelos outros o que quereríamos que os outros fizessem por nós”, é a expressão mais completa da caridade, porque resume todos os deveres do homem para com o próximo. Não podemos encontrar guia mais seguro, a tal respeito, que tomar para padrão, do que devemos fazer aos outros, aquilo que para nós desejamos. Com que direito exigiríamos dos nossos semelhantes melhor proceder, mais indulgência, mais benevolência e devotamento para conosco, do que os temos para com eles? A prática dessas máximas tende à destruição do egoísmo. Quando as adotarem para regra de conduta e para base de suas instituições, os homens compreenderão a verdadeira fraternidade e farão que entre eles reinem a paz e a justiça. Não mais haverá ódios, nem dissensões, mas, tão-somente, união, concórdia e benevolência mútua.
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XI, itens 1 a 4.)
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